domingo, 3 de maio de 2009

Schopenhauer e os animais.


Muito conforto encontrei em Schopenhauer, Nietzsche e Montaigne na questão do relacionamento entre homem e animal - assunto tão negligenciado entre os vários campos do saber -, vez que desde meus primeiros passos nesse mundo, com meus poucos significados de homens e animais, sofria irremediavelmente por esses seres que para mim é a manifestação mais pura da vida. Ainda hoje me é uma questão nuclear no sentido de desconforto diante da vida, trazendo-me até um certo distancimento com os homens, considerado em seu sentido geral. Assim, escasso de simbólico para tratar dessa questão, restando ao meu corpo se manifestar em suas dores e desprazeres, o que me é a maior prova da psicossomática ser uma ciência tão nobre, abaixo transcrevo partes de um aforismo de Schopenhauer sobre os animais:


A piedade, princípio de toda a moralidade, toma também os animais sob a sua proteção, ao passo que nos outros sistemas de moral européia, têm para com eles pouquíssima responsabilidade e solicitude. A suposta ausência de direito dos animais, o preconceito de que o nosso procedimento para com eles não tem importância moral, que não existem, como se diz, deveres para com os animais, é justamente uma ignorância revoltante, uma barbaridade do ocidente, cuja origem está no judaísmo…
É preciso recordar, a esses desprezadores dos animais, a esses ocidentais judaizados, que assim como eles foram amamentados pelas mães, também o cão teve mãe que amamentou. (grifos meus)
A piedade com os animais está tão intimamente ligada com a bondade de caráter, que se pode afirmar que quem é cruel com os animais não pode ser bom.
Que todos os seres vivos se conservem isentos de dores!” (aspas do próprio autor, talvez indicando que evitem-se as dores afligidas pelo outro no sentido de crueldade, vez que o mundo é dor).

Fonte:www.eternoretorno.com

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